Construção datada do início do século XX, que fora propriedade do Major Antônio de Costa Rodrigues. Intendente de Bragança entre 1909 a 1912, sendo um imóvel de referências importantes para o Patrimônio material. Foi propriedade da Sra. Maria de Lourdes Risuenho. Hoje abriga um hotel, inaugurado após a reforma e restauração do prédio em 22 de dezembro de 2016, dez anos após seu tombamento municipal. Este imóvel está localizado no Centro Histórico de Bragança e nele funcionou o estabelecimento comercial mais longevo do segmento em Bragança, cuja a herança familiar descende de imigrantes de origem espanhóis. Nesse sobrado funcionou também uma das primeiras escolas de Bragança, com dois salões embaixo, corredor, varanda, puxada e com os mesmos cômodos na parte de cima do prédio. Foi tombado ao Patrimônio Municipal pelo Decreto 228/06 de 04 de outubro de 2006(Art. 1, Item V). Encontra-se numerado e reconhecido sob o lote n° 0189 do Cadastro Imobiliário Municipal, localizado à travessa Senador José Pinheiro, n° 188(artigo n° 16), entre a Rua Doutor Justo Chermont e Rua General Gurjão, Centro, nesta cidade, com as seguintes mediações: - Área total do lote: 462m². - Área construída no lote: 408 m² (considerando os 02 (dois) pavimentos). - As janelas 04 laterais reforma igual em 1997. - Escada em dois pavimentos reforma igual 2009. - Forro e telhado -reforma igual em 2009. - Cômodos embaixo: três salões, entrada, uma cozinha, corredor, 3 quartos e um porão. - Cômodos em cima: 5 quartos, cozinha, uma área de convivência, corredor, ante-sala e sala. O comércio funcionou por mais de 100 anos. Foi organizado por Julião Risuenho Grande (pai de Antônio Risuenho Castanho, que se casou com a Dona Lourdes, na década de 40 (1943). Foi fechado em 2010, para dar um descanso para a proprietária, que também ajudou à criar a extensa prole familiar. É bom recordar que a imigração portuguesa e espanhola também se confunde com a história de Bragança, pela necessidade da antiga província em estabelecer núcleos de povoamento no interior do Pará, como a Colônia Agrícola Benjamin Constant. Boa parte dos muitos prédios de origem histórica foi construída sob critérios e lógica europeia, bem como a própria administração da então vila, depois cidade (1854). O final do século XIX é mais recorrente nessa questão, pois foi a partir desse período que dentre os melhoramentos urbanos foi feito o arruamento da área urbana da cidade, a construção de prédios imponentes. Entre eles estão o Mercado Municipal, o Matadouro Público, o Palacete Augusto Corrêa, o Coreto Pavilhão Senador Antônio Lemos, a Residência dos Ferreira, a Residência de Oscimar Fernandes, a Residência da Família Medeiros, o prédio da Sociedade Beneficiente Artística Bragantina, a Casa da Cultura, diversas residências e outros equipamentos (como praças e o cemitério) que garantiram na época, um lar de civilidade à comunidade local, combinados aos prédios já existentes e com o tempo destruídos e de origem colonial. Restou ainda o Sobrado de João Paes Ramos, o prédio onde está o bar e o restaurante Benquerença e alguns poucos exemplares. A Casa Madrid ainda guarda influências do período, como um jardim de inverno central, lugar que assegura ventilação e climatização mais amena em terras tropicais. A importância desses imigrantes europeus (portugueses e espanhóis) juntaram-se aos caboclos da região, ao índio e ao africano, proporcionando a formação do povo de Bragança. Entre seus herdeiros, estão as famílias Risuenho, Paes, Rodrigues, Silveira, Peres, Dias, Guimarães, Castanho, Gardunho, Garcia, Valadares, Quadros, Fernandes, Felipe e Ferreira. Professor e Historiador: Dário Benedito Rodrigues
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